26.4.07

Cronica do Bob

O MENINO DE SUA MÃE, CRONICA DO BOB

Marcelino Rodriguez



Sempre acreditei que uma imagem vale mais que mil palavras, embora as ironias do mundo me fizesse um homem de palavras. Mas são sempre as imagens que me comovem. Já me disseram (e dói-me lembrar quem) que sou como o garotinho do desenho animado, o Bob. Aquele que imagina tudo que falam pra ele. Foi o apodo mais perfeito que já tive , acho. E dos mais carinhosos.
Lembro-me que ela dizia pra eu amarrar uma cordinha no pé pra não sair voando.
Claro, a terra anda rasteira. E parece que sou o último leitor do “Pequeno Príncipe” e outros livros desse nível sentimental. Sou capaz de ver as presas por trás de sorrisos e olhares. Estranho mundo. Mas acho que os anjos se divertem com minha ingenuidade.
O caso é que quando lembro do Bob, lembro dela.
Ela inventou o Bob pra mim, e em dias de malcriação eu e chamava de mamãe. Quantos séculos de solidão passamos nesse breve mundo, até que descubram nosso coração.
E de vez em quando ao ver uns cabelos compridos e um corpo esguio , o coração dá um pulo. Seria a mamãe?
Bem, o caso é que sou mesmo o Bob.
Mas acho que pensam que sou um intelectual de primeira categoria, ou um perfeito Nerd. Ou quem sabe ainda um enganador estelionatário. Tem lugares até que revistam minhas bolsas, como se eu fosse o Bin Laden. Os bancos tem medo de mim.
Neném, mamãe, dá pra explicar que sou apenas o Bob?

26.04.2007

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