11.6.09

O Ùltimo Romântico

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O ÚLTIMO ROMÂNTICO

Marcelino Rodriguez


Acordei sonhando com ela e me deu melancolia, embora entre tapas e beijos virtuais lá se vão dois anos de "quase encontro". Nunca nos vimos, mas tenho que certeza que em determinados momentos tivemos ódio um do outro. Assim como pode ter havido uma ternura
singular em momentos outros. Ela ainda não consegue ver bem minha sinceridade
e nem desconfia do Tibet da minha alma. Ainda tem a pequenininha muito do lado
negativo da mulher: caprichos, dissimulações, agressividade gratuita, ironia e falsas promessas. Toda mulher inteligente deveria saber que os homens de alguma cultura as estudam profundamente, como um menino que analisa as peças de um brinquedo. Difícil uma mulher surpreender um homem vivido, estudado e escaldado. Principalmente.
Claro, ela não sabe que de vez em quando vou lá e vejo suas fotografias que roubei e fico imaginando um monte de coisas. Também sou capaz de mandar esse texto cara de pau e ela nem vai saber que ela é ela. Ela ainda não me percebeu. Pensa que sou um acaso na vida dela. E brinca com isso. Nem se preocupa em me agradar. Nem desconfia o amante profundo que sou. Ela deve dar tanto valor a mim quanto a um saco plástico das Casas Bahia. A distração das moças para o sério da vida deixa na pista um monte de solteironas que não amaram ninguém e vivem reclamando do destino. Escolheram de mais ou não escolheram. Bem, confesso que eu já tive quase a ponto de desistir, de bater o telefone em sua cara e xingar o mais escabroso palavrão do universo, tipo " eu a odeio sua desgraçada, você nem quer me dar um beijinho." Às vezes penso de fantasia se ao fazer amor homem e mulher por vezes não estão se odiando na prática. Sim, inimigos intimos. Isso há. Só há. Ela é tão distraída quem nem leu o livro de seu suposto pretendente.
E com todo esse veneno e desatenção, acordei de madrugada sonhando com ela...
Sei que a amo. Pena que ela não sabe ainda o que é o amor...
Ou ainda não aprendeu amar o amor, que não é questão de escolha, mas de estado.
E nisso fico eu, esperando o dia que nos veremos, quando então poderei saber se isso tudo é o sol
ou apenas uma bola amarela. Ao mirá-la, saberei. Talvez esse veneno todo dela seja apenas medo.
Medo de me chamar de seu. De se chegar comigo e dar graças a Deus!...
Bom Dia.

Contato com o autor: livrariaonline11@gmail.com