2.5.07

DEUS ESTÁ NO OUTRO

DEUS ESTÁ NO OUTRO

Marcelino Rodriguez



A maior armadilha e maior cegueira que pesa sobre a humanidade é o egocentrismo, a ilusão do eu e a vaidade pessoal. Don Giussani, padre genial do catolicismo e fundador do movimento comunhão e libertação pregou isso e estabeleceu um novo carisma na Igreja Católica. Só existimos em interação. Nenhum homem é uma ilha. São verdades que todos nós sabemos, mas pouco praticamos. Vivemos como nunca talvez na história humana os valores cegos do sexismo e do individualismo, numa sociedade descartável e fria. No entato, se nos perguntarmos “o que estou fazendo aqui”? Ou “como posso resolver minha situação”? Vamos sempre perceber que sozinhos, nada podemos. Seja profissionalmente, seja afetivamente, seja socialmente todo sonho nosso de encontro vai estar no outro, que é como Deus pode revelar-se de maneira mais inteligível, através do próximo. Então, por que não orientarmos os padrões afetivos para dar o melhor de si ao outro? Quem quer que tenha Deus honestamente em sua vida, que já possua uma vida interior, que é a verdadeira vida, uma vez que quando queremos buscar nos outros apenas aspectos exteriores e vantagens materiais não os vemos mesmo na sua singularidade e valores humanos, fazendo com o próximo apenas “contratos físicos” perdemos sem dúvida o mais precioso, a “essência”. Quando Cristo disse “Onde dois ou mais estiverem em meu nome” ali estarei, ele quis dizer estarem juntos não exteriormente apenas, mas em sentimentos, em respeito, em amor e reverência pelo encontro. A maioria das pessoas que sofrem de depressão são pessoas egoístas, que nada querem dar de si. Nunca ouvimos dizer que uma pessoa que dedique sua vida em prol de seus semelhantes estivesse deprimida. Se Deus está no outro, que é onde vem a revelação da nossa vida e destino, porque tanto egoísmo? Tanta cegueira? Muito simples, ignorância. Quanto mais egoísmo, mais vaidade, mais ignorância. E quem vê seu próximo apenas como coadjuvante de sua vida, perde a grande oportunidade do encontro. Egoísmos não se enxergam, nem se relacionam,apenas se esbarram. Somente quando abrimos mão do egoísmo primitivo e vemos o outro em sua singularidade humana, deixamos de ser egos cegos e passamos a ser indivíduos.

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