14.10.09

PROFESSOR BRASILEIRO

PROFESSOR BRASILEIRO, UMA CLASSE A SER REVISTA.



Marcelino Rodriguez



O Brasil possui, segundo os índices mundiais abalizados,

uma das piores avaliações educacionais do mundo e isso

ė notório . Não ė preciso alongar-se sobre o tema.

Por outro lado, curiosamente, a classe dos professores ė

muito bem vista no país , parecendo pairar acima de quaisquer críticas
como se fossem altos sacerdotes de uma religião inquestionável.

Que ganham pouco, que são sacrificados são algumas das meias verdades

com que se perpetua o descaso com a excelência no ensino.
Isso se deve a um conceito superficial.

Não se tem na cultura do país o conceito arcaico de "Mestre", por conta

do subdesenvolvimento cultural, onde uma bola, por exemplo, é vista como mais importante

que um livro.
Educação tem menos que ver com salário e muito mais com atitude

e amor ao conhecimento, além de vocação.

A classe atual de professores, na maioria, com aumento de salário vão investir mais

em bens de consumo

do que em instrumentação, conteúdo

e tecnologia para reformar e melhorar

as gerações que virão, e como andam as coisas,

se não houver uma conscientização do tamanho do atraso, onde as provas

do Enem são piadas correntes no país,

num futuro médio teremos uma sub-humanidade

que não saberá lidar com as mais elementares coisas

da vida em sociedade.

O professor brasileiro lê?

O quê? Que musica ouve?

Que filmes assiste?

Que pintores aprecia?

A classe dos professores brasileiros tem a obrigação

moral e humana de ver o quadro atual de penúria cultural e fazer sobre si mesma uma autocrítica sem complacência.

Parte da ignorância cultural dos jovens e universitários brasileiros se devem

a professores que desprezam a cultura e se acomodam

no egoísmo do presente, tratando a educação como meio para ter um salário no fim do mês.

Desculpem, mas o nome disso é mediocridade.

O dia dos professores deveria ser o dia do minuto de silêncio nacional

e da distribuição de livros que no Brasil, como sugeriu o esperto poeta Wally Salomão,

deveria vir na cesta básica.

O descaso com a cultura e o letramento no Brasil é parte culpa

dos professores

que deveriam saber o que é

educação, que tem muito mais obrigações do que opiniões,

antes de dar aulas.

E uma das obrigações dos professores seria estudar, coisa que fora dos interesses

pessoais de carreira e salário

parece passar longe de suas pautas.

O resultado é o que vemos.

Direitos Reservados.

8 comentários:

Anônimo disse...

Testando.

Anônimo disse...

Caro escritor,
Me perdoe, mas acho bem questionável este texto. Há muitos professores que como eu, não se enquadram neste perfil. Sou mestre em artes cênicas pela Unesp e ainda sou bastante desvalorizada em meu ofício, ainda que o exerça com a maior dignidade, fundamentada em conceitos teóricos e práticos dentro deste fazer tão digno.
abraço em todos mestres que se dedicam a uma profissão tão digna como a nossa e infelizmente tão pouco valorizada.

Lígia

Amélia Gabriela Thamer disse...

Polêmico esse texto, né?! rs
Discordo da parte em que você classifica os professores como "altos sacerdotes de uma religião inquestionável".... porque infelizmente nesse “Brasil de meu Deus” continua a máxima de que profissão de peso é a do doutor (engenheiro, médico, dentista... ou qualquer outra profissão em que pese essa nossa herança coronelista).
Dizer-se professor hoje em dia é ao olhos de quem ouve ser um profissional mal sucedido...
No entanto, confesso que sorri ao me deparar com sua coragem em questionar esse professorado (burocratizado enquanto funcionário público) que só reclama do salário, mas não faz nada enquanto responsável da educação no país... A educação estaria ligada à boa remuneração ou a uma postura ética de quem se responsabiliza por ela? O que não podemos nos esquecer é que existem pessoas que se sentem no dever de fazer da educação algo mais que um cabide de emprego e se esforçam por aprimorar-se enquanto cidadão e enquanto professor... não obstante todos os problemas enfrentados por essa escolha...
Aplausos pra você!!!!
Um abraço e continue escrevendo... adoro seus textos!

Amélia Gabriela Thamer disse...

Polêmico esse texto, né?! rs
Discordo da parte em que você classifica os professores como "altos sacerdotes de uma religião inquestionável".... porque infelizmente nesse “Brasil de meu Deus” continua a máxima de que profissão de peso é a do doutor (engenheiro, médico, dentista... ou qualquer outra profissão em que pese essa nossa herança coronelista).
Dizer-se professor hoje em dia é ao olhos de quem ouve ser um profissional mal sucedido...
No entanto, confesso que sorri ao me deparar com sua coragem em questionar esse professorado (burocratizado enquanto funcionário público) que só reclama do salário, mas não faz nada enquanto responsável da educação no país... A educação estaria ligada à boa remuneração ou a uma postura ética de quem se responsabiliza por ela? O que não podemos nos esquecer é que existem pessoas que se sentem no dever de fazer da educação algo mais que um cabide de emprego e se esforçam por aprimorar-se enquanto cidadão e enquanto professor... não obstante todos os problemas enfrentados por essa escolha...
Aplausos pra você!!!!
Um abraço e continue escrevendo... adoro seus textos!

LUCINEIDE disse...

Prezado Marcelino,
Este texto acaba com a nossa reputação de professores batalhadores , dignos de um salário decente.Sinceramente, não me enquadro nessa classe citada no seu texto,sou educadora no ensino fundamental e médio e sei como é difícil trabalhar com filhos de trabalhadores desempregados,marginalizados e muitas vezes sem nenhuma expectativa de melhoria .Fiz especialização, gastei os olhos da cara e no meu salário houve um acréscimo de 10 reais. Onde está o incentivo caro amigo? Como comprar livros , ir ao teatro, ao cinema se o que ganhamos mal supre as nossas necessidades ? Amigo, vontade de crescer todos nós temos, mas vivemos num país onde a maioria que governa a educação nunca pisou sequer numa sala de aula como profissional. Então antes de culpar o professor pela educação sucateada , é melhor acompanhar bem de perto essa clase que todos os dias pede pra trabalhar e que corre o risco de implorar demais e não voltar pra casa.
O meu abraço a todos os colegas de profissão que como eu ama a educação e não desiste de sonhar .
Ao autor , o meu cordial abraço.
Lucineide Sampaio

http://cremilda.blig.ig.com.br disse...

Os sores, ficaram bravinhos, né ???
Eles se acham a última bolacha do pacote.
São os profissionais mais bem avaliados pelo povo, só perdem para o corpo de bombeiros, pena que a recíproca não seja verdadeira.
Gostaria que visitasse o meu blog.
http://cremilda.blig.ig.com.br
Hoje mesmo eu contesto a fala do secretário de educaçao de São Paulo, ele promete uma viatura policial 24 horas por dia a disposição da Escola Alvaro Souza Lima. Essa escola é um escombro e tirou nota 0,49 nota divulgada pelo IDESP.
Para resolver o problema de uma escola nota zero, ao invez de cobrar professor na sala de aula e aula de qualidade ele promete policia para prender aluno rebelde

Professor Brasileiro disse...

Prezado Senhor,

Sou um professor que luto contra as ilegalidades dos gestores das universidades particulares.Eles deixam de pagar seus professores que AMAM o que fazem e cumprem sua missão, pela ganância.

Não adianta titulação e nem se esmerar pela educação, por que os que os administradores querem é LUCRO.

Luto muito em prol da categoria no Brasil e o que acontece não é falta de competência e sim de vontade dos alunos em ler e se aperfeiçoar.Você fala para o aluno ler alguma coisa,ele fala: "não tenho tempo". São em geral pessoas que trabalham muito para pagar os estudos.

O problema é econômico.

Pra falar a verdade no Brasil tem as melhores universidades, inclusive nos cursos tradicionais. Todos vêm para nosso país se aperfeiçoar ou fazer uma pós.Eu mesmo conheço inúmeros , tanto em universidades públicas quanto em particulares.

O QUE MAIS TEM NO BRASIL SÃO CURSOS DE APERFEIÇOAMENTO , PÓS, CURSOS DE EXTENSÃO.

Aqui os nossos cursos têm um currículo riquíssimo e se você for para USA verás que são muito técnicos e não sabem profundamente a matéria. São dois anos estudando várias disciplinas divergentes do que você escolheu e mais dois da matéria específica.Você pode encontrar boas faculdades em Portugal, Alemanhã, enfim em alguns países da Europa, porém aqui o que falta é a redução da carga horária de trabalho para que possamos progredir. A redução de impostos, enfim,é um problema econômico. Falta vontade do governo.

Assim só sabe quem passa. Tenho muitas titulações. Amigo! Não desejo a ninguém o que os professores estão passando atualmente. É um desprezo total das autoridades e os Sindicatos não são combativos como deveriam ser.

Falar é fácil.

Saudações,

Professor Brasileiro

Rieko Kishi disse...

Ola Marcelino, eu entendo a sua indignação. Mas tem o outro lado da questão, como diz as colegas que postaram. A maioria dos professores estão sobrecarregados com salarios indignos, e com falta de tempo pra ler p exemplo. Mas mesmo assim faz o esforço de fazer cursos e passar o melhor para os alunos. E tambem existe a questão social em que nos estamos passando. A mudança do comportamento dos alunos. Como lidar com 40 alunos que não tem capacidade ou condição ou educação familiar para prestar atenção nas aulas por cinco minutos??? A sociedade o ser humano esta passando por profundas mudanças e crises. Precisamos estar atento a isso. Como lidar com esses alunos não ve mais interesse em acompanhar o ritmo de decoreba das materias ha seculos??? Eles também sofrem.
Enfim todos nos sofremos nessa crise de valores da sociedade.

beijos

Chalissa